O São Paulo visita o Lanús nesta quarta-feira, às 19h15 (de Brasília), no estádio La Fortaleza, em Buenos Aires, pelo jogo de ida da segunda fase da Copa Sul-Americana. Mais do que tentar avançar às oitavas de final, a equipe comandada pelo técnico Fernando Diniz terá de mudar a história recente no torneio, marcada por vexames e revolta dos torcedores.
Campeão da Sul-Americana em 2012, o último título de sua história, o São Paulo se acostumou com derrotas em competições mata-mata contra clubes argentinos. Mas, se engana quem pensa que esses resultados negativos aconteceram pelo fato de o Tricolor estar enfrentando Boca Juniors ou River Plate. Na verdade, esses fiascos aconteceram diante de clubes como Defensa y Justicia, Colón e Talleres.
Defensa y Justicia
O ano era 2017. Trinado por Rogério Ceni, o São Paulo iniciou sua campanha na Copa Sul-Americana contra o modesto time comandado por Sebastián Beccacece, hoje à frente do Racing e um dos nomes cotados no Palmeiras. Por causa da expressão do adversário, torcedores são-paulinos já davam como certa a classificação para a segunda fase do torneio, porém, na prática, o que se viu foi bem diferente.
O primeiro jogo deu sinais de que a parada não seria tão fácil para o Tricolor, como muitos imaginavam. Modesto, porém, organizado, o Defensa y Justicia conseguiu ser competitivo no jogo de ida, na Argentina, e saiu de campo com o empate sem gols. Rogério Ceni, subestimando de certa forma os adversários, poupou quatro jogadores por risco de lesão, mas também teve de lidar com seis ausências devido a problemas físicos e outras três por suspensão, totalizando 13 desfalques.
O empate na ida não foi levado tão a sério pelo elenco. O clima era de que a classificação viria no Morumbi, com o apoio da torcida. Logo nos primeiros segundos, Pratto até abriu o placar, mas estava impedido. Sem problemas. Pouco depois, Thiago Mendes abriu o placar, indicando que as previsões de uma partida relativamente fácil poderiam se confirmar.
O que o São Paulo não esperava era que aos dez minutos o Defensa y Justicia iria empatar e segurar o resultado pelo resto do jogo. Cada vez mais ofensivo com o passar dos minutos, o Tricolor bem que tentou, mas não conseguiu satisfazer os 15 mil torcedores que presenciaram um dos maiores vexames da história do clube.
Colón
Em 2018, com o técnico Diego Aguirre, o São Paulo somou mais uma eliminação precoce na Sul-Americana. Desta vez ela aconteceu na segunda fase. Depois de eliminar o Rosario Central, o Tricolor encarou o Colón, um adversário argentino bem menos poderoso que o anterior, mas que dificultou muito mais a vida de Nenê e companhia.
Na partida de ida, que aconteceu no Morumbi, os argentinos deram o seu cartão de visita, saindo de campo com a inusitada vitória por 1 a 0. Com mais de 35 mil torcedores nas arquibancadas, o Tricolor mandou no jogo e esteve presente na maior parte do tempo no campo ofensivo, mas não conseguiu furar a retranca argentina.
Restou aos comandados de Aguirre reverter a situação fora de casa, no estádio Brigadier General Estanislao López, popularmente conhecido como “Cemitério de Elefantes”, alusão aos grandes clubes que enfrentam o Colón e acabam levando a pior.
E foi exatamente isso que aconteceu em Santa Fé, na Argentina. O São Paulo, precisando vencer por 2 a 0 para avançar às oitavas de final da Sul-Americana, até abriu o placar com Liziero, mas foi só. Desta maneira, a decisão foi para os pênaltis. Na marca da cal, melhor para os donos da casa, que converteram todas as cobranças e contaram com o chute desperdiçado do zagueiro Bruno Alves para eliminar o Tricolor.
Talleres
No ano passado, a eliminação para um clube argentino desta vez aconteceu na Copa Libertadores, mais precisamente na Pré-Libertadores, logo no início de fevereiro. Aposta do presidente Leco e do diretor de futebol Raí, o técnico André Jardine, multicampeão à frente do sub-20, não conseguiu repetir a dose no profissional e escancarou a falta de experiência para assumir o cargo.
Na partida de ida contra o modesto Talleres, na Argentina, o São Paulo, repleto de medalhões, como Nenê, Diego Souza, Hernanes e Jucilei, cometeu muitas falhas diante de um adversário que poderia não ter tanta qualidade, mas estava cheio de vontade. E foi assim, na raça, que os donos da casa marcaram dois gols, ambos no segundo tempo, e colocaram um pé na fase seguinte da Pré-Libertadores.
Na partida de volta, com mais de 44 mil torcedores no Morumbi, que recebia a equipe pela primeira vez na temporada, o São Paulo não mostrou poder de reação e se viu incapaz de superar a forte marcação do Talleres, tendo de se conformar com a eliminação histórica na Pré-Libertadores ao empatar sem gols.
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